quarta-feira, 10 de abril de 2019
Haiku 662
Na casa do amigo
a bacalhoada no almoço.
- Os amigos ausentes.
Haiku 661
Que importância tem!
Se falta bacalhoada
sirvo galinhada.
Haiku 660
Somente um sobrou
a comer bacalhoada
com dentes a menos.
Kigô da semana
Bacalhoada
terça-feira, 2 de abril de 2019
Haiku 659
Com olhos fechados
sinto o pica-pau mais próximo
perdido na mata.
Haiku 658
Ao toque lá longe
responde-me o pica-pau
à minha batida.
Haiku 657
Bate o pica-pau.
Segue-se um grande silêncio
e bate de novo.
Kigô da semana
Pica-pau
Haiku 656
Em meu caminhar
abril presente nas pedras
abaixo das solas.
Haiku 655
Risca na parede
versos de desolação.
Mal começa abril.
Haiku 654
Ao chegar abril
o mendigo continua
de cabeça baixa.
Kigô da semana
Abril
Haiku 653
De súbito correm
as traças com disparada.
- O livro do avô.
Haiku 652
Um grito contido!
O véu de noiva guardado
a traça comeu.
Haiku 651
Sai sacolejando
seu corpo delgado em fuga
traça em disparada.
Kigô da semana
Traça
Haiku 650
Em poucos minutos
a chuva de pedra sobre
as folhas de alface.
Haiku 649
Por leve momento
com cobertor cubro o rosto...
A chuva de pedra.
Haiku 648
Numa canequinha
recolhe a chuva de pedra.
Mendigo a esmolar.
Kigô da semana
Chuva de pedra
Haiku 647
O Rei Momo chega
num sorriso escancarado
espantando o tédio.
Haiku 646
O prefeito espera
s chegada do Rei Momo
com chave na mão.
Haiku 645
Por breve momento...
numa revista folheio
o Rei Momo em festa.
Kigô da semana
Rei Momo
Haiku 644
Uma berinjela
refogada para duas.
- Casa das velhinhas.
Haiku 643
De pele tão dura
num golpe certeiro parte
berinjela ao meio.
Haiku 642
As mãos de mamãe
ao cortar a berinjela
parecem tão rosas.
Kigô da semana
Berinjela
Haiku 641
Em instantes muda
a manjuba posta em óleo.
As rugas da idade.
Haiku 640
No encontro de amigos
a leitura de poemas.
- Manjubas bem fritas.
Haiku 639
Com olhos tão vivos
a manjuba não se mexe
na banca de gelo.
Kigô da semana
Manjuba
Haiku 638
Com pouco dinheiro
comprei só copos-de-leite.
- Um almoço pobre.
Haiku 637
Num vaso de cobre
enfeita o altar dos antigos
os copos-de-leite.
Haiku 636
Alguma esperança?
Ao final do corredor
os copos-de-leite.
Kig|ô da semana
Copo-de-leite
Haiku 635
Sem conversa alguma
dos velhos a contemplar.
- Nuvem de verão.
Haiku 634
Nos olhos mudança
seja dentro seja fora.
Nuvem de verão.
Haiku 633
Ao sopro de vento
foi-se o gigante de branco.
Nuvem de verão.
Haiku 632
Num instante chega
o tempo de não sonhar.
- Nuvem de verão.
Kigô da semana
Nuvem de verão
Haiku 631
Do lado de lá
quebra o silêncio dos túmulos
canto das cigarras.
Haiku 630
De tanto cantar
uma cigarra despenca
uma outra também.
Haiku 629
De modo contínuo
penetra o som da cigarra.
Muralha de pedra.
Kigô da semana
Cigarra
Haiku 628
O peso do mundo
jabuti carrega às costas
sem reclamação.
Haiku 627
Com o sol acima
num silêncio penetrante
jabuti caminha.
Haiku 626
Jabuti caminha
sem pressa para chegar
em algum lugar!
KIgô da semana
Jabuti
Haiku 625
Começa o aguaceiro.
Os ratos desenfreados
em fuga pelas ruas.
Haiku 624
De súbito cai
aguaceiro pela rua.
- Cachorros em fuga.
KIgô da semana
Aguaceiro
Postagens mais recentes
Postagens mais antigas
Página inicial
Assinar:
Postagens (Atom)