terça-feira, 19 de maio de 2015

Haiku 258

Apenas metade.
A vovó embrulha de novo
na palha a pamonha.

Haiku 257

Um tempo passado
ao desembrulhar pamonha
revela-se agora.

Haiku 256

Pamonhas fresquinhas
com gosto da terra à tarde
disputam crianças.

Kigô da semana

Pamonha

Haiku 255

No Dia das Mães
os netos não retornaram
depois de crescidos.

Haiku 254

No Dia das Mães
numa cadeira de rodas
o tempo parado.

Haiku 253

Na casa do lado
almoço tumultuado
no Dia das Mães.

Kigô da semana

Dia das Mães

Haiku 252

As cruzes acima
desapareceram todas.
A neblina densa.

Haiku 251

Diante dos olhos
uma poeira tão branca
da densa neblina.

Haiku 250

De súbito sinto
uma sombra em minhas costas
na água transparente.

Haiku 249

Em meio à neblina
as rodas de uma carroça
rangem melancólico.

Kigô da semana

Neblina

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Haiku 242

Comendo na rua
as goiabas que comprou.
Bichos e sementes.

Haiku 241

Ao final da feira
as goiabas que sobraram
não agradam mais.

Haiku 240

Ladrão de goiabas.
As da casa vizinha
são mais saborosas.

Kigô da semana

Goiaba

Haiku 239

Lanterna chinesa.
A lua acesa flutua
do lado de cá.

Haiku 238

Surge envergonhada
pela fresta da janela
a lua nublada.

Haiku 237

Lua desta noite
me visite em minha casa.
Deixo a porta aberta.

Kigô da semana

Lua

sexta-feira, 20 de março de 2015

Haiku 230

Nas pernas da mula
folhas secas se levantam
da cauda do vento.

Haiku 229

Juntadas num monte
ao queimar a folha seca
restaram as cincas.

Haiku 228

Sobre as folhas secas
um cachorro velho dorme
também o mendigo.

Kigô da semana

Folhas secas

Haiku 227

Os musgos se arrastam.
Águas de março percorrem
corredor escuro.

Haiku 226

As águas de março
nas rugas um tanto fundas.
Meu rosto no espelho.

Haiku 225

De sombrinha nova
os passos desengonçados.
- As águas de março.

Kigô da semana

Águas de março

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

212

Confete na pele.
Lembrança quase esquecida
num álbum de fotos.

Haiku 211

Nos cabelos pretos
os confetes denunciam
noite no salão.

Haiku 210

Confetes explodem
na alegria momentânea
de um sono profundo.

Kigô da semana

Confete

Haiku 209

Após a passagem
o repíque se mantém
além da avenida.

Haiku 208

Tempos de alegria.
O repique na cozinha
da velha panela.

Haiku 207

Primeiros repiques.
Em ritmo cadenciado
a caixa de fósforo.

Kigô da semana

Repique